debruçada sobre o mar

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domingo, 17 de abril de 2011

Este é o tempo favorável Semana Santa


Domingo de Ramos

Não é possível fazer o esquema das semanas passadas. A riqueza das leituras de hoje, obrigam a uma abordagem diferente. Entramos na Semana Santa (Semana Maior, como também é conhecida). Para hoje proponho quatro momentos das leituras do dia.

1º E tanto as multidões que vinham à frente de Jesus como as que O seguiam, diziam em altos brados: Hossana ao filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas! Mt.21,9

A entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. A submissão do povo, os de coração puro e os outros. Os que aparecem para a festa, para ver, para fazer multidão. Os exaltados e os adeptos. Todos estão lá. E gritam. É assim a multidão. Quantos estarão na Quinta? E Na Sexta, a gritar por Barrabás, só porque lhes disseram para gritar, como gritaram no Domingo, porque muitos o faziam. Quantos irão escarnecer, virar a cara ou espreitar, outra vez, junto à Cruz, para ver o que Ele faz… É assim a glória do mundo. A glória que o mundo dá.

2º Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. Quando eles se reuniram, disse-lhes: Qual quereis que vos solte? Mt.27.15-17


Eu, tu, nós Barabases…fomos nós os libertados. Somos nós os libertados: do pecado… da morte…da dor…da injustiça… Eu li isto hoje. Na liturgia em que eu participei, na Eucaristia de hoje, eu li, senti, vivi a libertação. Com Cristo no meu lugar. Ele ficou…eu fui… (Também li a continuação da entrada triunfal de Jesus. Vi o triunfo que o mundo dá…e a forma como as multidões se deixam levar, por uma voz que fale mais alto.)

3º Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Mt.27.42


Não! Não pode! O amor não deixou. Tinha de obedecer, de amar, de salvar –me (nos). É interessante no tempo das liberdades. Das independências e emancipações pessoais, colectivas. Cristo o Senhor, encontra o seu limite. O amor. A obediência ao Pai. O sentido de missão. Não alegou o direito de Rei. Não alegou o direito a ser feliz. E foi livre tanto quanto quis, por obedecer ao amor ao Pai e a mim (todos nós).

4º Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber. Mt.27.48


Este anónimo, hoje marcou-me. Seria um soldado romano, presume-se. Teve um gesto aparentemente cruel, mas o objectivo era atordoar os punidos e por isso davam-lhes de beber, como noutra passagem se conta, bebidas que supostamente aliviavam. “Correu a …” Quantas vezes, os anónimos estão discretamente e podem fazer diferença. Quantas vezes, eu, tu, anónimos, emprestamos insuspeitamente um lado humano ao quotidiano. Deixemo-nos tocar, como este que correu depois de ter ouvido Eli, eli lema sabactani! Provavelmente não percebeu a frase. Provavelmente teve medo. Ou Cristo no seu sofrimento tocou-o.

Corramos ao amor. Hoje corramos à oração por todos os que sofrem. Pelos que sofrem sem Deus.



Em simultâneo com o blog saluxmundi.blogspot.com