debruçada sobre o mar

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Hoje novamente um livro: A Balada do Ultramar.

Há um espaço vazio entre o titulo e esta entrada no Biquatas, é um silêncio escrito…
Foi o que ficou em mim, depois da explosão de choro que ele provocou. Por isso passou este tempo, entre a leitura e este comentário. Porque abriu feridas nunca fechadas, porque disse exactamente uma enormidade de coisas que eu sinto, penso e digo aos amigos que me fazem o favor de me ouvir (incansavelmente) falar daquele lado do mar e do tempo.
Demorou também porque enfiei na cabeça que iria (e vou) falar com o autor para lhe agradecer, ter dito o que disse e com tanto sentimento, e então depois escreveria nesta incógnita tribuna. Só que ainda não tive coragem para procura-lo. Ainda estou de ressaca do livro, que tocou cá dentro de uma forma como nunca imaginei.
Quando o vi na montra, sem sequer pensar soube que iria lê-lo. Quando comecei, pensei que era um romance que iria contar uma história passada num sitio e num tempo de onde eu nunca sai verdadeiramente. Mas enganei-me. É um grito de raiva, dor, saudade, incompreensão e uma infinidade de sentimentos indescritíveis, que nos povoa a alma, ou melhor, nos assombra a alma. E ele disse. Disse tudo, com as letras, todas muito bem organizadas e os sentimentos incontroláveis…
Para si meu caro senhor que não irá ler este sentidíssimo e muito agradecido comentário o meu MUITO OBRIGADO.

Eu também sou se de Angola e ainda digo jindungo, geleira, curita e jinguba… e continuarei a dizer.



O livro chama-se como já referi chama-se A Balada do Ultramar, é de Manuel Acácio e foi publicado pela Oficina do Livro.