debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

E um verso em branco à espera de futuro.

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.

No teu poema
Existe um canto, chão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra
E um só destino a embarcar No cais da nova nau das descobertas


Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.


No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro.






Gostava de conseguir escrever algo parecido, sobre a minha Pátria e a minha Terra Natal. Gostava que o verso em branco se transformasse em azul celeste que a felicidade transporta quando brota dos olhos de um povo quando se sente bem. 

Um obrigado sentido ao autor destas linhas lindíssimas. Não sei o que sentiu e pensou quando as  escreveu. Eu senti um profundo amor pela minha Pátria e não pude deixar de me lembrar da minha Terra Mãe. Um obrigado também a Dulce Pontes que ma minha ignorante opinião tem a melhor interpretação desta preciosidade da cultura nacional.