debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

sábado, 27 de junho de 2009

Que perfeito coração no meu peito bateria . Que perfeito coração no meu peito morreria, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.


Uma brisa, um raio de luz num ângulo indefinível, uma música, um objecto antigo, um pensamento distraído…, ou nada disso, mas qualquer coisa… tudo me serve, tudo me leva.
Muitas vezes desatento, outras de surpresa ou pressentidamente sou raptado a esta existência presente. Sem domínio possível, quando dou conta, já aqui não estou.

Vagueio inerte. Vivo na memória. Em manhãs frescas e cinzentas de Cacimbo.
Passeio então por caminhos já mil vezes percorridos, na estrada da Curimba, na Ilha virado para a cidade, paro na Fortaleza.

Ou noutros sítios que sou eu sei e algumas vezes mal identifico. Nesses sítios felizes. E lembro-me de objectos, frases, instantes…lembro-me do que foi como se me lembrasse do que seria, do que é no meu peito.
É quando, sorrio e revejo translúcidamente por de trás das águas que carrego comigo.

Não sou assombrado, assombro. Dorido e feliz vou como volto.

Foi o caso desta letra/poema de O`neil.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Tudo a propósito do excelente produção Amália Hoje. Obrigado pela qualidade, pela viagem de que ainda não voltei…