debruçada sobre o mar

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

As armas americanas. Os cães portugueses.


Esta semana morreu mais uma pessoa mordida por cães. Desta vez uma criança. Não resistiu à estupidez de conviver com um animal perigoso, em mãos de gente igualmente perigosa por usar os miolos tão pouco.

Noutra dimensão, porque em dimensões diferentes estão os dois países, nos Estados Unidos, continuamos a assistir a gente que desnecessariamente tem armas, as usa, provocando sofrimento a tantos e a si próprios.

Não se percebe, em ambos os casos a inépcia legislativa. 

Nos EU os poderosos interesses organizam-se para alimentarem uma indústria. Provavelmente, só mudara quando alguém importante nessa área for atingido mortalmente. 

Alguém mais importante que umas dezenas de crianças e alguns professores que por eles deram a vida. 

Mas alguém poderá ser mais importante que uma criança? É inevitável que a pergunta, mesmo que não dita ela povoe o nosso interior.  

E por isso sobre nos cai a pergunta. Não obrigamos as crianças a irem em assentos próprios e os devidos cintos, quando as transportamos nos nossos carros? Não fez este país um esforço único, com únicos resultados no mundo, que o mundo reconhece e admira, na luta contra a mortalidade infantil? Não fazemos, como país um esforço para estender o ensino pré-escolar ao maior número de crianças? E a lista de iniciativas no sentido da nossa maior riqueza ser acompanhada e protegida, prolongar-se-ia bastante mais, e com grande satisfação de todos. Porque é justo e porque significa que como pais somos algo que vale a pena.

Mas deixamos energúmenos terem cães, que representam um risco para todos, mantê-los em convívio com crianças…

A questão “criança” é apenas o vértice mais sensível desta questão. Porque outros, velhos, por exemplo, ou um qualquer de nós está igualmente exposto ao capricho de um desequilibrado que tem prazer em ter uma arma com quatro patas em casa.

Parece evidente que a lei é insuficiente. Parece-me que está na hora de proibirmos esses animais, os cães, os outros não podemos impedir que vivam, entre nós.