debruçada sobre o mar

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sábado, 8 de novembro de 2014

Orfandades

Quando perdemos os pais ficamos órfãos. Há quem seja órfão de pai ou de mãe. Pode ser-se órfão de casa? Como é possível não haver uma palavra para este estado, este sentimento de perda avassaladora por um local onde parte de nós teima em habitar ainda e que já deixou fisicamente de existir?
Regresso lá, noite após noite, impiedosamente.Com passos silenciosos, lentos e leves os meus pés de fantasma percorrem incessantes...

Excerto do romance "A casa azul" de Cláudia Clemente, que li e que neste pedaço, descreveu de forma perfeita algo que se passa comigo há 39 anos... desde que fui arrancado à terra mãe, à minha casa...rua...árvore...praia...quintal....vida...