debruçada sobre o mar

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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Celebrar, comemorar o quê? E outra coisas…

Desde que (a) Merda Frequente e Abundante tomou o país de assalto
(Penso que a sigla esta certa)  


Democratizar, Descolonizar, Desenvolver…



Democratizar….

No período entre Abril de 74 e Novembro de 75 todas as pessoas honestas ética e intelectualmente concordam que não se viveu democraticamente. Houve prisões arbitrárias, sem qualquer cobertura legal e as devidas consequências previstas ou previsíveis. Houve despedimentos sem qualquer causa, justa ou não. Houve apropriação de propriedade privada sem cobertura judicial. Houve uma pressão social que condicionou (normalmente esta “condição” chama-se…medo) a liberdade de expressão que não fosse afecta ao regime saído do golpe de estado, e à orientação/posicionamento ideológico. Tornou-se crime social não ser à esquerda. A isto não se poderá chamar democracia.
Tomaram decisões que afectaram milhões de portugueses (excluindo a maioria dessa condição) sem qualquer consulta popular.

Pós Novembro de 75, retomou-se alguma ordem legal. Recuperou-se alguma tranquilidade na emissão de opiniões dissonantes com a situação, mas ainda com forte pressão social.

Sem consulta da população a Pátria foi inserida num espaço internacional onde houve imediata perda de soberania.
Sem consulta das populações foi alienado território nacional e num acto de prepotência imperialista/colonialista foi retirada a nacionalidade a milhões de pessoa que tinham nascido em território nacional, filhos de cidadãos nacionais.

Fizeram-se duas consultas populares (referendos). Se deveriam ser criadas “pequenas republicas” e se poderiam inscrever na lei o homicídio voluntário premeditado, actualmente chamado de qualificado, de nascituros. Como a resposta foi negativa aos intuitos de quem fez a pergunta, democraticamente repetiram-na.

Houve a preocupação de desfazer a obra resultante do golpe de estado de 28 de Maio de 1926, mas nunca fundamentaram popularmente através de voto expresso a imposição de 5 de Outubro de 1910, perpetuando uma ilegalidade democrática. É que na democracia a escolha é na urna, não na garganta do agitador que sobe ao palanque ou do primata fardado que tem a arma.   

Descolonizar.

O “D” mais trágico. Consequência directa da morte de milhões de pessoas, a criação de estados cleptocráticos e estados falhados.  

Sem consulta das populações foi alienado território nacional e num acto de prepotência imperialista/colonialista foi retirada a nacionalidade a milhões de pessoa que tinham nascido em território nacional, filhos de cidadãos nacionais.


Por razões exclusivamente emocionais, minhas, não acrescentarei mais linhas neste “D”


Desenvolver:

Depois de terem destruído o “tecido empresarial” em nome das conquistas de Abril, rumo ao socialismo, tivemos três situações de falência técnica, levando a que instâncias estrangeiras, tivessem que fazer avultados empréstimos impondo (naturalmente) condições dolorosas que permitiriam o seu reembolso.

Construíram uma exposição mundial que deu prejuízo, cerca de dez estádios de futebol dos quais três são usados com regularidade e “lucro” privado. Atapetaram o país com auto-estradas concessionadas a uma empresa apropriadamente chamada brisa, pois é a principal utilizadora desses corredores desertos.
Temos a maior tacha de desemprego de sempre…   A pobreza voltou a números de à quarenta anos...o que eu andei pra aqui chegar...  






A Associação 25 de Abril, nunca passou do prec. Percebe-se agora, se dúvidas houvessem, que aqueles militares, nunca tiveram a intenção de criar nenhuma democracia. Enquanto comemoravam solenemente na instituição que acolhe os que são escolhidos (bem ou mal) em eleição livre e democrática, a associação exactamente à mesma hora fez a sua “liturgia”, virando as costas à democracia. Estamos esclarecidos.
A democracia e a liberdade, foi a peta que encobriu a razão do golpe de estado. As suas motivações eram corporativa e pessoal, as promoções. Uma vez agarrado o poder, usufrui-lo. Parabéns e obrigado pelo prejuízo. 







Estes soldados não são desconhecidos…são traídos.
Estes mortos não são anónimos…são abandonados.
Estas flores velhas e ressequidas não eram vermelhas.
Foi sangue que as manchou.
Esta terra não esta gretada…são cicatrizes.
Este país foi amputado.
Aquela madrugada não amanheceu.
Esta ferida não fechou…