debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vezes

Às vezes apetece-me parar.
Morrer sem morrer. Apenas existir, mas sem ter que viver…
Sem ter que me levantar, falar, sorrir sem vontade,
Ter que ser educado ou simplesmente civilizado.
Também não me apetece ser bruto.
Apenas não quero ver ou ser visto.
Não ter que fazer ou deixar fazer.
Apenas existir e fugir, de preferência sem me mexer…
Sem sentir cansaço, incomodo, dor…ou até mesmo alegria…
Apenas ser, imutável, impassível…
Sem que o passado me atormente, o futuro me intimide
E o presente me pese.

Outras vezes de tão cansado que estou
Só quero partir.
Daqui para fora, daqui para dentro.
Partir tudo de forma a que nada se volte a colar.
Partir até que me parta a alma.
Partir os cacos dos cacos,
Partir o pó, a sombra…

Algumas vezes apetece-me gritar e rir e cantar.
Saltar e festejar.
E crescer e sorrir.
Algumas vezes apetece-me esticar a mão e agarrar,
Arrastar, mudar e abraçar,
E por fim festejar.

Mas agora o que mais preciso é de parar.
Ignorar.
Não me interessa recomeçar, inventar, criar…
Quero lá saber da originalidade,
Da mudança, aliás de mudança nem falar.
Que eu quero é parar. Basta.
Basta-me fruir a sombra, a carícia da brisa,
Ver a água a descobrir o caminho… e a segui-lo,
Enquanto eu fico invisível, distante de tudo, todos e de mim. 
Sem morrer, nem viver, pelo menos que os outros se apercebam,
Que eu sou eu e estou aqui.
Com obrigações e horários, respostas que não sei nem quero saber,
Porque me enchem espaço que não tenho, quando a minha alma já não está aqui.
Não me apetece viver nestes limites, com estas caras,

Eu só quero é ser feliz…


(Hoje... um estado de alma....Obrigado por lerem...digam qualquer coisinha, se vos der vontade.)