debruçada sobre o mar

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Defendo o voto público

Se eu for na auto-estrada a 100km/h e fosse ultrapassado por um outro cidadão a 130km/h, havendo um auto-stop ele é multado, eu não.




Se eu entregar o IRS no prazo e devidamente preenchido e o meu vizinho o fizer fora do prazo, mesmo que correctamente preenchido, ele paga uma multa, eu, não.



Se eu votar num partido que não chegou ao governo e o meu vizinho tiver votado duas vezes no governo anterior, ele paga mais IRS e recebe menos subsídio de natal… e eu, também…



Porquê? Porque hei-de de ser penalizado por um erro que não cometi?




É a democracia. É a tanga da democracia. O povo estúpido vota mal. Pagamos todos. Defendo o voto público. Isto do voto secreto, é desresponsabilizante. Isso é na sua essência contrario à democracia. A democracia, seja lá o que isso for, se for possível ser alguma coisa, supõem-se responsável e co-responsabilizante. E é precisamente o contrário que acontece. Um número crescente de eleitores não votam, e é certo que é um direito e se for coercivamente, deixa de ser direito. Mas também é obrigação e o seu incumprimento deveria ser penalizado. Deveria por isso na minha opinião e em caso injustificado dar perda do direito.




Depois temos o problema da capacidade de escolha. Alguém que vai “deitar” no sr. x ou y porque este é mais simpático que o outro, deverá votar? Poderemos ser sujeitos, todos a um escrutínio destes?




Mas não é isso que acontece. E isso é democrático? Pode considerar-se, exercício de soberania? Estamos todos condicionados ao arbítrio desinformado, acéfalo das massas? E considera-se este regime o melhor que os outros?




Tou farto! Tou farto de povo. Passa pela cabeça de alguém entregar a um ignorante, indiferente, que tome decisões sobre a sua vida particular? Então porque deveremos aceitar que de forma amorfa, impensada, acidental, tomem decisões sobre o país?




Depois temos que aturar os Souzas destes partidos. Depois uns oportunistas, fazem um golpe de estado, distribuem uns papelinhos para se por uma cruz, em opções limitadíssimas e fica tudo legitimado! Matam o Rei e o filho, tentam matar o outro filho, ou deitam abaixo um regime estilhaçam um país (e não perguntaram a ninguém, especialmente aos que ficaram de fora o que queriam) e com uns papelinhos onde quem se engana ou quem recusa escolher e deixa em branco conta o mesmo. Isto é o bêbado que não acerta no quadrado é tão válido como o cidadão que reflectiu e recusa as possibilidades propostas, estão em pé de igualdade.



É este o regime com superioridade sobre os outros…




do blog pb