debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

domingo, 25 de abril de 2010


Dá-me sempre vontade de chorar.
Fico sempre pensativo e com o sentimento de perda irreparável.
Fico com uma ausência de futuro.
Sinto que o tempo parou.
Sinto desconforto.
Sinto confusão e anarquia e depois percebo.
Não é um sentimento…é uma observação.


Há no ar um cheiro de morto.
Deve ser dos cravos.
Há no ar um cheiro a traição e abandono.
Deve ser dos cadáveres dos ex portugueses que morreram no ultramar.
Há no ar um cheiro a podre.
Deve ser da sujidade que a falta de justiça exala.




Depois dizem-me que só publico isto porque Abril aconteceu.
Porque se conquistou a liberdade.
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A liberdade foi a única coisa que não conseguiram destruir.
É o preço mínimo, a simbólica indemnização,
Insuficiente para o estrago feito.

Dá-me a sensação de viver um capricho,
Uma birra.
Uma brincadeira com armas
E uma das armas disparou.
E agora…?

Quem me dera, quem nos dera ter morrido nesse dia.

Com o devido respeito por quem desenhou e assinou a imagem acima exibida, aquém se reconhecem todos os direitos autorais.