Ontem foi dia de greve geral… o
povo, arregimentado pela central sindical CGTP considerou insuportável a
situação e sem condições de negociação em concertação social e partiu para “uma
jornada de luta”.
Será? Ou será que há uma luta
pela rua? Uma luta pela oposição. Será que o Sr. Seguro não é, nem pode ser tão
contundente quanto seria do agrado a alguns?
Neste humilde espaço da minha ínfima
e inconsequente observação, tive ocasião de questionar porque se manifestaram
todos aqueles largos milhares a 15 de Setembro. Considerei legítima, mas
questionei o momento.
Ontem, estivemos perante outra “coisa”.
Em primeiro uma palavra de apoio
e solidariedade para com a PSP, um abraço ao agente que ficou ferido. Estiveram
bem e como cidadão tem todo o meu apoio para reagirem a atentados à sua
integridade física. Parece-me a mim que não deveriam ter esperado uma hora
diante de arruaceiros profissionais e outros patetas acidentais e deveriam ter
carregado no momento em que a primeira pedra saiu da mão da besta que o atirou.
Nos estamos numa democracia, ou
pelo menos assim gostamos de dizer, e a democracia, não comporta a arruaça, o
atentado a integridade física/moral ou património. Somos um país de gente civilizada
e até quando fizeram o golpe de estado a que poeticamente gostam de chamar
revolução, tivemos um nível de comportamento cívico apreciável.
A 15 de setembro tivemos uma lição de humanismo com respeito pelos agentes da autoridade e a manifestação legítima de razões mais ou menos fundadas e justificadas, segundo a consciência de cada um. Uns ovos e tomates contra a sede do FMI, não passa mesmo disso. Uma forma de libertar a frustração marcar uma posição, que não me identificando, respeito.

Ontem não.
Ontem tivemos uma manif, com
contornos de holiganismo no seu trajecto e depois organizadamente, quer dizer, coincidentemente,
após a saída dos organizadores do grito dos oprimidos, apareceram os bárbaros. Atacaram
as forças da ordem que tinham como função proteger e com razão comprovada, a aviltada
casa da democracia, conhecida com Assembleia da Republica.
Depois mais tarde apareceu o
chefe da central sindical, com o seu ar de chefe de secretaria frustrado, de
semblante inocente repudiar.
Eu fui trabalhar. Não necessito
dos cumprimentos do primeiro-ministro. Não
necessito que me encorajem ou felicitem pelo amor à minha Pátria.