debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

De 15 de Setembro a 14 de Novembro.


Ontem foi dia de greve geral… o povo, arregimentado pela central sindical CGTP considerou insuportável a situação e sem condições de negociação em concertação social e partiu para “uma jornada de luta”.

Será? Ou será que há uma luta pela rua? Uma luta pela oposição. Será que o Sr. Seguro não é, nem pode ser tão contundente quanto seria do agrado a alguns?

Neste humilde espaço da minha ínfima e inconsequente observação, tive ocasião de questionar porque se manifestaram todos aqueles largos milhares a 15 de Setembro. Considerei legítima, mas questionei o momento.  

Ontem, estivemos perante outra “coisa”.

Em primeiro uma palavra de apoio e solidariedade para com a PSP, um abraço ao agente que ficou ferido. Estiveram bem e como cidadão tem todo o meu apoio para reagirem a atentados à sua integridade física. Parece-me a mim que não deveriam ter esperado uma hora diante de arruaceiros profissionais e outros patetas acidentais e deveriam ter carregado no momento em que a primeira pedra saiu da mão da besta que o atirou.

Nos estamos numa democracia, ou pelo menos assim gostamos de dizer, e a democracia, não comporta a arruaça, o atentado a integridade física/moral ou património. Somos um país de gente civilizada e até quando fizeram o golpe de estado a que poeticamente gostam de chamar revolução, tivemos um nível de comportamento cívico apreciável.   

A 15 de setembro tivemos uma lição de humanismo com respeito pelos agentes da autoridade e a manifestação legítima de razões mais ou menos fundadas e justificadas, segundo a consciência de cada um. Uns ovos e tomates contra a sede do FMI, não passa mesmo disso. Uma forma de libertar a frustração marcar uma posição, que não me identificando, respeito.


















Ontem não.

Ontem tivemos uma manif, com contornos de holiganismo no seu trajecto e depois organizadamente, quer dizer, coincidentemente, após a saída dos organizadores do grito dos oprimidos, apareceram os bárbaros. Atacaram as forças da ordem que tinham como função proteger e com razão comprovada, a aviltada casa da democracia, conhecida com Assembleia da Republica.
Depois mais tarde apareceu o chefe da central sindical, com o seu ar de chefe de secretaria frustrado, de semblante inocente repudiar.
Eu fui trabalhar. Não necessito dos cumprimentos do primeiro-ministro.  Não necessito que me encorajem ou felicitem pelo amor à minha Pátria.