debruçada sobre o mar

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terça-feira, 6 de março de 2012

Quando os filhos falham

Um dia destes, uma família de “celebridades” nacional foi alvo de uma reportagem num canal generalista (entenda-se fútil).



A questão andava à volta da filha, supostamente famosa, que já entrou em “importantíssimas “ produções televisivas e que está presa em Espanha por tráfico de axixe ou coisa parecida. Foi igualmente abordada a mãe (que aproveitou para culpabilizar o ex-marido), em grande sofrimento pela filhinha detida, também artista mundialmente famosa na rua dela. Depois passaram ao pai. Actor que já participou em milhares de telefilmes e novelas. E disse o homem a propósito da situação da filha, quando a repórter num pico de inteligência, perguntou:


O que é que tinha falhado?!.


– Ela! Se esteve sempre nos melhores colégios do país, foi para o curso que quis (duas vezes, porque como se vem tornando hábito, depois de escolher e entrar, descobriu que não era aquilo que queria), nunca faltou nada, teve toda a atenção e acompanhamento da mãe, ele não pode estar tão presente quanto gostaria porque estava ocupado a fazer novelas umas atrás das outras para que nada lhes faltasse, então a falha era dela!!!

E este humilde escriba verte: certo. Certíssimo.
É tempo de a geração pais/avós pararem de se auto punir, pelas opções erradas, pelos trajectos desviantes da geração mais nova.
É altura da geração “enrascada” e as outras assumirem os erros. O insucesso escolar, não pode ser ultrapassado pelo esforço desumano do docente. A escolha do curso, não pode ser alterada repetidamente. Odivórcio dos pais não serve de desculpa. ajuventude não iliba.




De vez em quando sabe bem que alguém tenha a coragem de dizer, o que tem que ser dito.


Na minha profissão, deparo-me frequentemente com país que me perguntam a onde falhei. Raramente alguém põe a possibilidade do jovem/criança ter feito uma opção errada, por sua única responsabilidade.


Apesar estarmos numa sociedade/cultura com desprezo pelos valores religiosos, a ideia do P. Américo, de que não há mãos rapazes, vinga.


É sempre mais fácil culpar a escola, a família, essa coisa indistinta chamada sociedade.