
O Carnaval é uma “festa” diretamente relacionada com a Quaresma (período de preparação da Páscoa). Historicamente surge, pela necessidade de descompressão, antes de um tempo (40 dias de penitencia).
A “coisa” evoluiu da forma que constatamos, mantendo-se a dimensão “descompressão”.
E aqui é que o Primeiro. Está a ver mal a coisa.
O argumento da coerência, é certo. Se eliminamos o 5 de Outubro, o que nos parece bem, e o 1 de Dezembro, o que nos parece muito mal, mais dois feriados religiosos por definir (mal também), em nome de um aumento de produtividade, então aparentemente está certo que a fútil tolerância (leia-se, dia que ninguém trabalha) de ponto do carnaval é inaceitável. E foi precisamente isso que o PM fez.
Mas…e há “mas”, nesta coisa. E as zonas onde a época, é um cartaz turístico?
A questão é, neste caso, igual às outras “pontes” todas. O facto de alguém não ir trabalhar, não é necessariamente mau para a economia. Há dinheiro que se poupa em transportes. Há dinheiro que se gasta (para quem sai) em alojamento/refeições, diversões/cultura. Logo há zonas, áreas/sectores de atividade que sobem a produtividade/faturação.
(A memória, remete-me para a semana do feriado de Todos os Santos, que no tempo do guterrismo fechava as escolas. Muito mau para os que depositavam as crianças na escola, e famílias com menos recursos; muito bom para cinemas, ATLs, Algarve em geral.)
Com o Carnaval irá passar-se tudo isto.
É certo que carnaval, tivemos nos últimos seis anos, para não falar mais, mas o povo sobrecarregado de perdas de direitos e rendimentos, necessita de escape. Do pão e circo, não podemos passar para o pão e pancada.