Desde que (a) Merda Frequente e
Abundante tomou o país de assalto:
(Penso que a sigla esta certa)
Democratizar, Descolonizar,
Desenvolver…
Democratizar….
No período entre Abril de 74 e Novembro
de 75 todas as pessoas honestas ética e intelectualmente concordam que não se
viveu democraticamente. Houve prisões arbitrárias, sem qualquer cobertura legal
e as devidas consequências previstas ou previsíveis. Houve despedimentos sem
qualquer causa, justa ou não. Houve apropriação de propriedade privada sem
cobertura judicial. Houve uma pressão social que condicionou (normalmente esta “condição”
chama-se…medo) a liberdade de expressão que não fosse afecta ao regime saído do
golpe de estado, e à orientação/posicionamento ideológico. Tornou-se crime
social não ser à esquerda. A isto não se poderá chamar democracia.
Tomaram decisões que afectaram
milhões de portugueses (excluindo a maioria dessa condição) sem qualquer
consulta popular.
Pós Novembro de 75, retomou-se
alguma ordem legal. Recuperou-se alguma tranquilidade na emissão de opiniões dissonantes
com a situação, mas ainda com forte pressão social.
Sem consulta da população a Pátria
foi inserida num espaço internacional onde houve imediata perda de soberania.
Sem consulta das populações foi alienado
território nacional e num acto de prepotência imperialista/colonialista foi
retirada a nacionalidade a milhões de pessoa que tinham nascido em território
nacional, filhos de cidadãos nacionais.
Fizeram-se duas consultas
populares (referendos). Se deveriam ser criadas “pequenas republicas” e se
poderiam inscrever na lei o homicídio voluntário premeditado, actualmente
chamado de qualificado, de nascituros. Como a resposta foi negativa aos intuitos
de quem fez a pergunta, democraticamente repetiram-na.
Houve a preocupação de desfazer a
obra resultante do golpe de estado de 28 de Maio de 1926, mas nunca
fundamentaram popularmente através de voto expresso a imposição de 5 de Outubro
de 1910, perpetuando uma ilegalidade democrática. É que na democracia a escolha
é na urna, não na garganta do agitador que sobe ao palanque ou do primata
fardado que tem a arma.
Descolonizar.
O “D” mais trágico. Consequência directa
da morte de milhões de pessoas, a criação de estados cleptocráticos e estados
falhados.
Sem consulta das populações foi alienado
território nacional e num acto de prepotência imperialista/colonialista foi
retirada a nacionalidade a milhões de pessoa que tinham nascido em território
nacional, filhos de cidadãos nacionais.
Por razões exclusivamente
emocionais, minhas, não acrescentarei mais linhas neste “D”
Desenvolver:
Depois de terem destruído o “tecido
empresarial” em nome das conquistas de Abril, rumo ao socialismo, tivemos três
situações de falência técnica, levando a que instâncias estrangeiras, tivessem
que fazer avultados empréstimos impondo (naturalmente) condições dolorosas que permitiriam
o seu reembolso.
Construíram uma exposição mundial
que deu prejuízo, cerca de dez estádios de futebol dos quais três são usados
com regularidade e “lucro” privado. Atapetaram o país com auto-estradas concessionadas
a uma empresa apropriadamente chamada brisa, pois é a principal utilizadora
desses corredores desertos.
Temos a maior tacha de desemprego
de sempre… A pobreza voltou a números de à quarenta anos...o que eu andei pra aqui chegar...
A Associação 25 de Abril, nunca
passou do prec. Percebe-se agora, se dúvidas houvessem, que aqueles militares,
nunca tiveram a intenção de criar nenhuma democracia. Enquanto comemoravam
solenemente na instituição que acolhe os que são escolhidos (bem ou mal) em
eleição livre e democrática, a associação exactamente à mesma hora fez a sua “liturgia”,
virando as costas à democracia. Estamos esclarecidos.
A democracia e a liberdade, foi a
peta que encobriu a razão do golpe de estado. As suas motivações eram
corporativa e pessoal, as promoções. Uma vez agarrado o poder, usufrui-lo.
Parabéns e obrigado pelo prejuízo.
Estes soldados não são desconhecidos…são traídos.
Estes mortos não são anónimos…são abandonados.
Estas flores velhas e ressequidas não eram vermelhas.
Foi sangue que as manchou.
Esta terra não esta gretada…são cicatrizes.
Este país foi amputado.
Aquela madrugada não amanheceu.
Esta ferida não fechou…