Esta semana morreu mais uma
pessoa mordida por cães. Desta vez uma criança. Não resistiu à estupidez de
conviver com um animal perigoso, em mãos de gente igualmente perigosa por usar
os miolos tão pouco.
Noutra dimensão, porque em dimensões diferentes estão os dois países, nos Estados Unidos, continuamos a
assistir a gente que desnecessariamente tem armas, as usa, provocando
sofrimento a tantos e a si próprios.
Não se percebe, em ambos os casos
a inépcia legislativa.
Nos EU os poderosos interesses organizam-se para
alimentarem uma indústria. Provavelmente, só mudara quando alguém importante nessa
área for atingido mortalmente.
Alguém mais importante que umas dezenas de
crianças e alguns professores que por eles deram a vida.
Mas alguém poderá ser
mais importante que uma criança? É inevitável que a pergunta, mesmo que não
dita ela povoe o nosso interior.
E por isso sobre nos cai a
pergunta. Não obrigamos as crianças a irem em assentos próprios e os devidos
cintos, quando as transportamos nos nossos carros? Não fez este país um esforço
único, com únicos resultados no mundo, que o mundo reconhece e admira, na luta
contra a mortalidade infantil? Não fazemos, como país um esforço para estender o
ensino pré-escolar ao maior número de crianças? E a lista de iniciativas no
sentido da nossa maior riqueza ser acompanhada e protegida, prolongar-se-ia
bastante mais, e com grande satisfação de todos. Porque é justo e porque
significa que como pais somos algo que vale a pena.
Mas deixamos energúmenos terem
cães, que representam um risco para todos, mantê-los em convívio com crianças…
A questão “criança” é apenas o vértice
mais sensível desta questão. Porque outros, velhos, por exemplo, ou um qualquer
de nós está igualmente exposto ao capricho de um desequilibrado que tem prazer
em ter uma arma com quatro patas em casa.
Parece evidente que a lei é insuficiente.
Parece-me que está na hora de proibirmos esses animais, os cães, os outros não
podemos impedir que vivam, entre nós.