debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

domingo, 27 de março de 2011

Este é o tempo favorável 3ª Semana

O Senhor está ou não no meio de nós? Ex 17.7


A pergunta é actual. Injusta. Mas no meio das dificuldades e aflições... No meio deste desnorte e desalento, caímos na tentação, como os nossos antepassados na fé. Olhando à volta essa pergunta surge.

A resposta vem no evangelho deste Domingo*, nas palavras do Mestre. E está tão perto de nós, como estava diante da Samaritana. Olhando à volta no meio da confusão, talvez não vejamos. Mas olhando para “cima”… * Jo 4. 5-42

Para esta semana um tempo de oração para o Japão. Pela Paz. Pela Nossa Pátria, pedindo especialmente inspiração e seriedade para os que nos possam governar.





Em simultâneo com o blog saluxmundi.blogspot.com

sábado, 26 de março de 2011

Carlos 1000000 - Pepe el lento de cérbero 0

“Você está bancando bobo, ou está bancando puxa-saco?”

“Ainda o Pepe andava de chupeta amarela e verde na boca a pensar por que selecção ia jogar e já eu* oferecia títulos mundiais a Portugal.”



Já agora: sou contra a naturalização para fim desportivos e a utilização nas selecções nacionais. (posso abrir excepção para Pelé, Maradona, Zico e mais um ou outro. Mas só extratosféricos génios)

Não tenho paciência para biquatas futebolísticas. Mas estas declarações foram o máximo.
Mai nada.

* Calos Queiroz.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O governo caiu! Talvez o país se levante…

terça-feira, 22 de março de 2011

Novelas. Toda a gente vê. Eu também, geralmente não muito fielmente. Já vimos muitas, e eu vou acusando alguma saturação. A TVI tem carregado na dose e vai entrando em alguma rotina e a inspiração e originalidade tem limites. Acontece porem que a tal estação televisiva, deu um safanão no domingo passado. A novela chama-se anjo qualquer coisa. (Honestamente não sei o nome). No primeiro episódio, onde normalmente há um investimento grande, tivemos um momento alto neste tipo de programas. Sou “aficionado” a reconstituições de época e considero particularmente interessante, até porque especialmente difícil um reconstituição com pouco tempo de distância em relação ao momento em que se faz. É isso que se passa. Primeiro com um reconstruir do tempo do golpe de estado de 74, onde o nível de reconstrução foi fantástico. Permitiu uma viagem no tempo. Depois nos outros episódios a trama passou para os anos oitenta, mantendo o nível do pormenor igualmente interessante. Acresce o interessante do revisitar dos momentos trágicos de 74. Sem futurologias, é provável que aconteça o que normalmente acontece. Entrará no habitual role de tricas, conflitos e desamores que são próprios deste tipo de obra, terminando tudo casado e feliz, os maus castigados e os bons premiados. Que é alias o que todos gostamos quando nos dispomos a seguir um programa durante meses. Para já, boa. Foi feliz a escolha, bem começada esperemos que mantenha um nível interessante para nos irmos entretendo com algo mais do que pecs e misérias. É para isso que as novelas servem.

Dia da poesia.

No dia 21 foi dia mundial da poesia.
Por afazeres vários não foi possível assinalar devidamente o dia. Não gosto de “dias”, embora seja sensível a alguns. É o caso. Escolhi esta, de entre as muitas obras possíveis e que gosto muitíssimo. A poesia pode ser qualquer sentimento ou experiencia humana. A esperança é um dos estados de alma mais importantes.
Neste momento é indispensável até porque necessitamos desesperadamente em quanto Pátria. É igualmente marca intrínseca de Cristianismo. Por tudo isso, aqui vai.


Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

-Partimos. Vamos. Somos.

domingo, 20 de março de 2011

Este é o tempo favorável 2ª Semana*

Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai O. Mt.17,5


Para esta semana, um tempo de oração, pelo Japão, pela Paz e pelo nosso País.

*Estava previsto, um post por semana durante a Quaresma, com um versículo “chave”. Com uma semana de atraso, começo hoje.
Em simultâneo com o blog saluxmundi.blogspot.com

sexta-feira, 18 de março de 2011

Gerações

Geração à Rasca - A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo!
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego,... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais!!!
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! Que chatice! São betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça! Já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Enviaram-me por mail, retirado do blog Assobio Rebelde. Com o devido respeito de quem se identifica e subscreve, transcrevo na íntegra. Obrigado autor pelo acerto cirúrgico e por dizer o que eu gostaria de dizer mas não tive capacidade.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Na noite dos cinquenta anos do massacre iniciado a 15 de Março de 1961, presto uma humilde homenagem às vítimas. As directas, as que tombaram nesses dias e as dos anos seguintes, civis e militares. Num sentido silêncio, curvo-me.


Lá ao fundo
Naquela picada, junto ao capim vermelho…
Está um corpo.
Vazio
Sozinho.

Parou de viver.
Parou de sonhar, de ter medo.
Tornou-se memória querida.

Foi hoje pela madrugada.
Amanheceu ódio e colheu as vidas.

Agora já passou o eco da dor.
A lâmina brilhou. Tudo se sobressaltou.
Mas agora só se ouve o vento suave
Que vem recolher as mágoas.


Tudo serenou dorido e cansado
Só ninguém veio buscar o corpo
Lá ao fundo, junto ao capim vermelho
Naquela picada… inútil.
Memória esquecida.


Mais ao fundo, depois da curva há mais um…
Junto a outro.
No terreiro em frente à casa, outro…
E dentro da casa…
Só o vazio.
A cama desfeita, a ventoinha ligada.
Na estante os livros que não serão lidos
O copo por beber.

A cortina a baloiçar.


Mais ao longe o café por apanhar.


Céu de chumbo e um infinito silêncio.

sábado, 12 de março de 2011

A geração pode ser lá o que for, o país é à toa!

Hoje sem se darem conta (ou dando), supostamente sem apoios de nenhuma organização, juntaram-se milhares de pessoas (200 mil diz-se) e desceram a avenida da Liberdade! (Nem de propósito encontraríamos um nome melhor para a passarela do descontentamento) sem se darem conta, ou dando, questionaram o regime.

A onde estão as conquistas de Abril? A onde esta a igualdade liberdade e fraternidade de 1910? A onde estão os capitães de Abril? Onde estão as liberdades igualitárias da republica? Onde está a “alegria” e “esperança” gerada em 74? Onde estão os milhares de empregos que o governo Sousa iria criar?

Somos um povo enganado! Somos um país desrespeitado por quem tinha a obrigação de proteger e fomentar o bem-estar e a dignidade da Pátria.

Os pecados de ninguém tornam santo, alguém. Mas é impossível não pensar na estabilidade e segurança do salazarismo/marcelismo.

Acho que atingimos o ponto exactamente oposto à primavera marcelista. Um tempo de prosperidade económica, apesar de uma guerra em três frentes, e esperança.

sexta-feira, 11 de março de 2011


A quando do sismo na Nova Zelândia tive intenção de neste insignificante espaço, registar a minha solidariedade e partilhar que tinha acrescentado às minhas intenções nas orações esse país que admiro muito. Não tive ocasião e vejo-me impelido a faze-lo por outro país e povo que admiro, o Japão.
É de facto uma tragédia que martiriza um povo tão trabalhador e organizado. Parece que a natureza se voltou contra aquele arquipélago.
Se o terceiro mundo é frequentemente ajudado, esperemos que o mundo se junte para dar ajuda e conforto a estas vítimas nestes dois países.
Rezemos pelos mortos, para que o Senhor os acolha na sua misericórdia e pelos vivos para que Ele lhes dê a paz e a força de que irão necessitar.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Será que algum manifestante terá votado no partido do governo ( uma, ou duas de seguida), será que todos votaram?