debruçada sobre o mar

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terça-feira, 26 de abril de 2011

O exercício da autoridade

Na madrugada de 15 de Março de 2010, Nuno Manaças, cantor de rap, não obedeceu à ordem de paragem da PSP, numa operação stop, junto à doca de Santo Amaro. O agente Nuno Moreira, juntamente com quatro polícias, persegui-o até Benfica onde atravessou uma carrinha policial à frente do carro em que MC Snake seguia.
Quando Nuno Manaças se preparava para fazer inversão de marcha e fugir novamente, os agentes saíram da carrinha e Nuno Moreira disparou uma vez para o ar e duas vezes sobre o automóvel, acabando por atingir mortalmente o condutor.
In Público.


Raramente saio à noite. Não gosto, é uma opção minha, tão legítima como quem gosta e opta por sair. Apesar deste facto, já fui mandado parar pela polícia. Foi-me pedida a identificação. Foi feito o teste do “balão”. Tudo normal. A força policial existe para isso, o agente fez o seu trabalho, eu cidadão, cumpri a minha obrigação. A de colaboração e obediência à autoridade que as forças da mesma mantêm, em cumprimento de um mandato que as autoridades por mim eleitas, logo mandatadas para o fazerem, lhe deram (cumprindo-se assim o circulo cívico – elejo e depois cumpro).



Sem entrar por questões jurídicas para as quais não estou (nem quero estar) preparado.


Sem qualquer “questão” quanto ao tal cantor.


Enquanto cidadão que necessita de uma policia forte moralizada e que sinta o apoio de quem serve.

Um polícia tem que ter a protecção, legal, psicológica, moral e cívica, para exercer a sua função e autoridade. O que significa prosseguir e disparar (matando, ferindo ou falhando) um cidadão que se furte à ordem de paragem numa operação policial.


Quem não está disponível para viver numa sociedade assim, não está apta para viver em democracia.


Nunca confundir democracia com menoridade de autoridade e do seu exercício.
As condolências para a família da vítima. A solidariedade (porque psicologicamente é difícil a sua situação) para o agente.


In blog pb http://bilessengue.blogspot.com/
Depois de uma geração Rasca, uma à rasca, o nível continua elevado com uma classe politica foleira…( e inepta, nova rica que compra aparelhos que não sabe utilizar…)
In blog pb http://bilessengue.blogspot.com/

domingo, 24 de abril de 2011


Era verde, uma tal esperança.
Eram vermelhas as flores.
Era um sonho… diziam.
Era primavera e tudo começava, queriam.
E riam. E cantavam.
E as bocas abertas gritavam.

Mas… logo se calaram.
E os sorrisos esmoreceram.
A maré vazou mostrando o destroço
As gentes afastaram-se a começar pelos heróis imaginários.

O vento levou as flores.
O verde secou nas gargantas.
A rua ficou deserta. Acabou a festa que nunca houve.
Nem sonho, nem sono.

O verde era camisa suada na verde picada de vermelho florida
Numa memoria triste dum olhar que já não volta.

Cinzento ficou o céu.
Frio o peito num permanente Inverno
De sonhos sem sono.
Num jardim que perdeu as flores,
Gastas numa sepultura, que o mar comeu.

Aleluia! Aleluia! Ressuscitou! Aleluia!



Ressuscitou Cristo, minha esperança
Lit. do Domingo de Páscoa.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Folga" desta quinta-feira custa 20 milhões de euros. (titulo de jornal)


Podemos recuperar na segunda…trabalhando o dia inteiro.

O esbulho de uma tarde à Nação

O sindicalista Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnico do Estado, sustenta que a tolerância de ponto dada pelo Governo aos funcionários públicos é uma "decisão populista".

Para o sindicalista, a tolerância não tem justificação tendo em conta os quatro dias de folga que se seguem a esta quinta-feira.

Ó Picançinho. Eu se fosse a ti, preocupado como estás com o país, trocava a tolerância de ponto de quinta à tarde, pela segunda inteira…ó Chico esperto.

E já agora lembro-me que a 1 Março, 2011 elogiaste a devolução das verbas retiradas aos funcionários públicos. Em nome do sacrifício nacional, tu e os teus apaniguados prescindam da verbazita


E como é que vais reagir ó Pipizinho quando o estado começar a despedir quadros técnicos. Tendo em conta o sacrifício necessário para salvar o país, talvez ele se ofereça para ir em primeiro lugar…assim como assim a repartição dele funciona sem ele.


Bilesses Candengue do sindicato dos cidadãos anónimos fartos desta palhaçada toda, considera que com os resultados que tem dado, não se justifica que haja feriado a 25 de Abril. Para mais, até já ouve feriado na sexta.



Bilesses afirmou-se disponível para ir trabalhar na segunda. E lamentou os vigésimos quintos dias de Abril que se tem perdido nos últimos trinta e poucos anos….tal como, os primeiros de Maio. Se associarmos os dias cinco de cada Outubro dos últimos cem anos…estão a ver o prejuízo que temos tido.

domingo, 17 de abril de 2011

Este é o tempo favorável Semana Santa


Domingo de Ramos

Não é possível fazer o esquema das semanas passadas. A riqueza das leituras de hoje, obrigam a uma abordagem diferente. Entramos na Semana Santa (Semana Maior, como também é conhecida). Para hoje proponho quatro momentos das leituras do dia.

1º E tanto as multidões que vinham à frente de Jesus como as que O seguiam, diziam em altos brados: Hossana ao filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas! Mt.21,9

A entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. A submissão do povo, os de coração puro e os outros. Os que aparecem para a festa, para ver, para fazer multidão. Os exaltados e os adeptos. Todos estão lá. E gritam. É assim a multidão. Quantos estarão na Quinta? E Na Sexta, a gritar por Barrabás, só porque lhes disseram para gritar, como gritaram no Domingo, porque muitos o faziam. Quantos irão escarnecer, virar a cara ou espreitar, outra vez, junto à Cruz, para ver o que Ele faz… É assim a glória do mundo. A glória que o mundo dá.

2º Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. Quando eles se reuniram, disse-lhes: Qual quereis que vos solte? Mt.27.15-17


Eu, tu, nós Barabases…fomos nós os libertados. Somos nós os libertados: do pecado… da morte…da dor…da injustiça… Eu li isto hoje. Na liturgia em que eu participei, na Eucaristia de hoje, eu li, senti, vivi a libertação. Com Cristo no meu lugar. Ele ficou…eu fui… (Também li a continuação da entrada triunfal de Jesus. Vi o triunfo que o mundo dá…e a forma como as multidões se deixam levar, por uma voz que fale mais alto.)

3º Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Mt.27.42


Não! Não pode! O amor não deixou. Tinha de obedecer, de amar, de salvar –me (nos). É interessante no tempo das liberdades. Das independências e emancipações pessoais, colectivas. Cristo o Senhor, encontra o seu limite. O amor. A obediência ao Pai. O sentido de missão. Não alegou o direito de Rei. Não alegou o direito a ser feliz. E foi livre tanto quanto quis, por obedecer ao amor ao Pai e a mim (todos nós).

4º Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber. Mt.27.48


Este anónimo, hoje marcou-me. Seria um soldado romano, presume-se. Teve um gesto aparentemente cruel, mas o objectivo era atordoar os punidos e por isso davam-lhes de beber, como noutra passagem se conta, bebidas que supostamente aliviavam. “Correu a …” Quantas vezes, os anónimos estão discretamente e podem fazer diferença. Quantas vezes, eu, tu, anónimos, emprestamos insuspeitamente um lado humano ao quotidiano. Deixemo-nos tocar, como este que correu depois de ter ouvido Eli, eli lema sabactani! Provavelmente não percebeu a frase. Provavelmente teve medo. Ou Cristo no seu sofrimento tocou-o.

Corramos ao amor. Hoje corramos à oração por todos os que sofrem. Pelos que sofrem sem Deus.



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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Afinal o Salazarismo/Marcelismo sempre era melhor que isto.

"Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos."

Otelo Saraiva de Carvalho


?!???!!!

Otelo Saraiva de Carvalho conta a revolução

“os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos”.


“Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso”


“quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães”


Excertos de artigo do Sol.



Afinal não foi uma revolução bonita em que os militares cansados da guerra e da opressão deram o primeiro passo, logo seguido pelo povo numa explosão de liberdade.

Se calhar não era bem a opressão e o fim da guerra. Se calhar era só uma questão de lhes pagarem melhor e talvez a guerra injusta que nada lhes dizia, dissesse alguma coisa…!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Instituto de Apoio aos Jobs and Boys

Hoje com pesar publico uma parte da infinita lista de institutos públicos e a sua dotação orçamental (em milhões é claro). Faço-o quase sem comentários… a estupidez, tachismo, e absurdo…falam por si.


Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos 6,4
Instituto Hidrográfico10,1
Administração da Região Hidrográfica do Norte 8,6
Administração da Região Hidrográfica do Centro9,4
Administração da Região Hidrográfica do Alentejo7,2
Administração da Região Hidrográfica do Algarve18,9
Administração da Região Hidrográfica do Tejo23,4


Constata-se uma enorme necessidade de administrar a água…com a quantidade que é metida…


Instituto de Desporto de Portugal 79,6. Não existe secretaria de estado?
Instituto Nacional da Administração 11,5 Qual? Não existe ministério da administração interna?
Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural 12,3????!!!
Fundo para as Relações Internacionais 21,0 Tão e o ministério é para…????
Laboratório Militar de Produtos Farmacêuticos32,2 Militar?

domingo, 10 de abril de 2011

Este é o tempo favorável 5ª semana

Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; E todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?»

Jo. 11,25-26



Num momento em que como Nação nos sentimos morrer. Num momento em que as dificuldades são tantas e tantos nos prometem/garantem que ainda será pior e por muito tempo…estas palavras do Mestre caem com água em terra ressequida.



Às mortes individuais que enfrentamos, fruto do nosso e dos nossos pecados, a começar pelo da desesperança, é necessário uma resposta clara. Acredito Senhor! Não sei como é consigo leitor. Eu digo, acredito porque Tu, Mestre o dizes. Só porque Tu, meu Senhor…



Tira Senhor a pedra *. Tira as nossas pedras. As que nos impedem de caminhar. As que nos atiraram e as que temos prontas para atirar. As que nos fazem tropeçar. As que nos impedem de sair da sepultura dos nossos erros que já cheiram mal.

No versículo 35: Jesus começou a chorar. Algumas destas lágrimas do Senhor serão certamente pelos Lázaros do Japão, da Líbia, da Costa do Marfim. Por cada Lázaro e suas famílias que só Ele conhece.

Juntemos a nossa dor em oração, por eles, por todos os que sofrem.



*Jo. 11,39



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sábado, 9 de abril de 2011

Artigo do Dr. Pedro Afonso

Mão amiga enviou-me excelente artigo do Dr. Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21 médico psiquiatra. Aqui transcrevo um excerto. São sempre perigosos os excertos pelo risco que algo fora do contexto pode comportar. Penso que não altero o espírito da prosa que achei particularmente sábia e cheia de humanidade. A minha pequenez não me permite conhecer o autor, a quem endereço, em quanto cidadão anónimo o meu obrigado pelo que disse e porque ao dize-lo vai renovando como outros aqui e acolá a esperança na existência de gente séria e com dignidade no nosso país.



Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano*, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.




* Comprovadíssimo a 27 de Setembro de 2009, data da reeleição do governo Sousa

terça-feira, 5 de abril de 2011

“Ou o primeiro-ministro é surdo – o que não é –, ou estava distraído – o que não estava, ou é mentiroso”. Bagão Félix.


Sem mais e com muito gosto

domingo, 3 de abril de 2011

Este é o tempo favorável 4ª semana

Eu fui, lavei-me e comecei a ver Jo 9,11



Começar a ver. Todos necessitamos desesperadamente de ver… a solução para a crise, o caminho a percorrer para que isso aconteça. Seja a crise que a Pátria atravessa, sejam as nossas crises pessoais, grandes ou pequenas. A dos pequenos pecados às incoerências maiores que nos fazem sentir menos…nós.



O versículo é claro. Eu fui. Temos de ir. Lavei-me e comecei. É tempo de lavar a alma da desesperança. Ainda que não vejamos. Ele manda. Vai lavar-te. Temos de ir lavar-nos na água do enviado (Siloé). Ele veio para que mergulhássemos. Para que nos banhássemos. E começássemos.


Para esta semana um oração silenciosa para o Japão: pelos 12.009 mortos, os 15.472desaparecidos e as suas famílias. Uma oração para que comecemos a ver a esperança para a nossa Pátria.


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