debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

domingo, 25 de abril de 2010


Dá-me sempre vontade de chorar.
Fico sempre pensativo e com o sentimento de perda irreparável.
Fico com uma ausência de futuro.
Sinto que o tempo parou.
Sinto desconforto.
Sinto confusão e anarquia e depois percebo.
Não é um sentimento…é uma observação.


Há no ar um cheiro de morto.
Deve ser dos cravos.
Há no ar um cheiro a traição e abandono.
Deve ser dos cadáveres dos ex portugueses que morreram no ultramar.
Há no ar um cheiro a podre.
Deve ser da sujidade que a falta de justiça exala.




Depois dizem-me que só publico isto porque Abril aconteceu.
Porque se conquistou a liberdade.
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A liberdade foi a única coisa que não conseguiram destruir.
É o preço mínimo, a simbólica indemnização,
Insuficiente para o estrago feito.

Dá-me a sensação de viver um capricho,
Uma birra.
Uma brincadeira com armas
E uma das armas disparou.
E agora…?

Quem me dera, quem nos dera ter morrido nesse dia.

Com o devido respeito por quem desenhou e assinou a imagem acima exibida, aquém se reconhecem todos os direitos autorais.

sábado, 24 de abril de 2010

Cá estamos. A tal data que causa e justifica tudo isto que vivemos. A data mais cara de sempre da nossa História. O preço da tal liberdade.

A data que nos faz pensar como a máxima popular está certa. Depois de mim virá quem de mim bom fará.

A data irremediavelmente triste, desconfortável. A data da desilusão. Da decepção. Do ultraje que ficou para lá do mar. Da traição. A data que nos levou ao estado das coisas.

E perante isto só me resta viver dignamente a minha nacionalidade, na minha insignificância dar o meu contributo diário e viver esses valores cá dentro. Estou pronto, inconformado, mas pronto. Ganhei experiência como Católico, Patriota (sem terra), belenenses, hetro. Estou habituado a ser estranho e minoritário. Estou habituado a remar contra a maré, ou a esgueirar-me da enxurrada. Prefiro pensar mal, mas por mim. Sou fora do tempo. Sou contracultura, não no sentido pretensioso pseudo marginal, de pseudo intelectuais de eventuais esquerdas.
Não me preocupo em ser politicamente correcto.
Ínsito comigo em ser Humana e Moralmente correcto.
Isso é o que me importa.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Hoje faz um ano que este humilde espaço na imensa esfera dos blogs, começou.
Estamos a tentar ser discretos para não ofuscar o centenário…

domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa marcada pelo escândalo da pedofilia ou gostaríamos que a Páscoa tivesse sido marcada pelo escândalo da pedofilia.


O antes do “ou” era titulo de vários noticiários das várias estações televisivas.
Vamos cá a ver se no entendemos….
1º Os Católicos têm milhões de defeitos, a que chamamos pecados. E assumimos. Não fazemos como, por exemplo os marxistas e outros semelhantes que quando se deparam com erros do passado ou presente, afirmam, isso não é um verdadeiro comunista ou isso não é de comunista. Nem somos como os Maçons que se julgam superiores. Não. Lamentavelmente, como disse um padre amigo meu e que muito me ensinou, “Deus não fez a sua igreja de anjos. Tinha siso melhor para Ele e para nós. Mas Ele quis assim.”
(Sinto-me dorido, magoado, traído? Sim)
2º O que marcou, marca e marcará a Páscoa é a alegria infindável que a Ressurreição de Jesus O Cristo Nosso Senhor. Alegria pela sua vitória, pela nossa heranças, pela igualmente infindável esperança que essa vitoria sobre a morte nos dá.
3º É indescritível o sentimento de repulsa e asco que as atitudes desses seres em queda, provoca em qualquer Católico.Mas também é verdade que fomos ensinados por essa mesma igreja que falha, que odiamos o pecado, amamos o pecador.
4º O dito (escrito) no ponto anterior não consiste em nenhuma vontade de branqueamento, desculpabilização ou memorização do crime contra a humanidade, cometido por esses membros infelizes da nossa Igreja. (É que um irmão nosso, mesmo que assassino, não deixa de ser irmão, quer se goste ou queira ou não!)
5º Temos em nós, um por vezes criticado “costume” de nos confessarmos. É mesmo um Sacramento. Termina com uma penitência. Um tempo e espaço de reflexão e correcção..e correcção, através da oração, geralmente. Isso não invalida ou evita a justiça civil. Sem cinismos…a César o que é de César.
6º Já não é, infelizmente, nova esta situação. Há alguns anos foram várias as dioceses dos Estados Unidos afectadas por este flagelo.
7º Será que alguns milhões solucionam a situação, como aconteceu no referido no ponto 6? !!!!!!????
8º O que se pretende da Igreja, do Papa e dos Bispos.
a) Uma casa às bruxas, com consequente queima pública? Ou a Inquisição não foi um tempo de retrocesso na história???!~
b) Um suicídio da Cúria Romana em bloco?
c) Um pedido de desculpas do Papa…ele não o fez já? (pergunto a sério?) Pelo menos já admitiu a dor que esta situação nos provoca.
d) O cumprimento do ponto 7? Isso irá apagar o sofrimento das vítimas? Mas ajudava alguns advogados. Então se houvesse julgamentos… Isso é que era mesmo bom. Mais uma dose massiva de jornais e noticiários e de audiências televisivas e advogados. Um Casa Pia a nível global e com a odiável Igreja como réu. Uhau…um sonho!!!!
9º A minha oração reúne, o Papa, os criminosos e as vitimas. Quando tenho tempo e consigo atingir níveis de evolução Cristã, também me lembro dos imbecis que imbuídos da sua missão de informar, não deixam de procurar a verdade (especialmente se ela for repugnante) para bem de todos.
10º Sim. De facto houve erro! Faltou fazer alguma coisa. Deverão ser entregues à justiça os Padres que cometeram tais crimes. Sim os seus superiores que tiveram efectivamente conhecimento e não agiram, devem assumir as suas responsabilidades. Continuarão a ter lugar na Igreja, mas não certamente nas funções que mal desempenharam.Como disse e muito bem dito o Sr. Bispo “a divulgação obsessiva”, já cansa, digo eu.
Sim já cansa a cagança que os media, esses impolutos seres em tudo superiores a todos os outros seres Humanos, tem estado a fazer.Compreende-se. Os atentados, já não captam a atenção, não tem havido terramotos, o Haiti, já deu. A Madeira está a recuperar. Bem…uma pessoa tem que vender jornais (televisivos, radiofónicos ou em papel), e uma história com sexo e Igreja, é uma enorme tentação. Talvez não menor que a tentação dos criminosos. E as vitimas. Bem essas dão um jeitão, especialmente se derem umas entrevistas, daquela com a cara desfocada e com todos os outros dados reconhecíveis a quem com eles tiver convivido.
Oremos pelas vítimas, pelos agressores e pelas vítimas indirectas (familiares, responsáveis (sérios em especial o Papa) pela igreja e todos os seus membros. (Principalmente pela vítimas.)