debruçada sobre o mar

debruçada sobre o mar

sábado, 27 de junho de 2009

Que perfeito coração no meu peito bateria . Que perfeito coração no meu peito morreria, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.


Uma brisa, um raio de luz num ângulo indefinível, uma música, um objecto antigo, um pensamento distraído…, ou nada disso, mas qualquer coisa… tudo me serve, tudo me leva.
Muitas vezes desatento, outras de surpresa ou pressentidamente sou raptado a esta existência presente. Sem domínio possível, quando dou conta, já aqui não estou.

Vagueio inerte. Vivo na memória. Em manhãs frescas e cinzentas de Cacimbo.
Passeio então por caminhos já mil vezes percorridos, na estrada da Curimba, na Ilha virado para a cidade, paro na Fortaleza.

Ou noutros sítios que sou eu sei e algumas vezes mal identifico. Nesses sítios felizes. E lembro-me de objectos, frases, instantes…lembro-me do que foi como se me lembrasse do que seria, do que é no meu peito.
É quando, sorrio e revejo translúcidamente por de trás das águas que carrego comigo.

Não sou assombrado, assombro. Dorido e feliz vou como volto.

Foi o caso desta letra/poema de O`neil.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Tudo a propósito do excelente produção Amália Hoje. Obrigado pela qualidade, pela viagem de que ainda não voltei…

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Transracial.

Morreu o primeiro caso de transplante racial da história. O primeiro caso de um ser humano que nasceu preto e morreu branco. Um tal de Jackson, que entra para a história por ser um pioneiro neste tipo de mudança.

Ficaremos atentos ao primeiro chinês a tornar-se japonês. Ou do primeiro nórdico a transplantar-se para indiano.
Depois da ida à Lua, é o mais gigantesco passo para a humanidade…

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O drama da diferença e da repressão de uma singularidade genética


Eu assumo!O drama da diferença e da repressão de uma singularidade genética
1. Peço que me desculpem os leitores mais conservadores, a quem esta minha confissão pública possa chocar.
Peço que se acolha esta minha declaração com tolerância, que é a virtude cívica que se define como indiferença ante o bem e o mal, e que, por isso, proíbe terminantemente qualquer imposição ou condenação em termos morais.
Peço para mim e para todos os que sentem na pele o estigma de uma excepção que nos foi imposta pela natureza, à revelia da nossa vontade, uma plena integração social, pondo assim termo à injusta discriminação a que fomos expostos e que continuamos a padecer.
Peço e exijo que, em nome da igualdade, se nos aceite como somos: iguais na diferença e diferentes na igualdade.
2. Desde que tive consciência desta minha particularidade de género, experimentei a segregação a que todos os que partilhamos esta condição somos, por regra, expostos. Com efeito, qualquer tímida manifestação desta nossa anormalidade – que o é, convenhamos, em termos estatísticos – é logo censurada por severos olhares que, não obstante a sua mudez, nos gritam o drama da nossa reprimida singularidade genética.
Mas hoje, finalmente, graças à abertura e compreensão dos nossos governantes, que parecem não ter outra preocupação que não seja a de pôr termo a estas injustiças atávicas, tomei a decisão de me assumir publicamente: sim, sou canhoto! Afirmo-o pela primeira vez sem complexos, diria que com orgulho até, disposto mesmo a desfilar numa triunfal canhotos’ pride parade!
3. Cônscio de que a democracia está incompleta enquanto não nos forem dados os mesmos direitos que já usufruem os dextros, não posso deixar de fazer algumas reivindicações. A saber:
Exijo que o Estado financie as operações de mudanças de braços e mãos, pernas e pés, de todos os canhotos que queiram mudar de género!
Exijo que todas as cadeiras dos anfiteatros tenham igualmente amplos os apoios dos dois braços, e não apenas o direito, como pretende a maioria fascizante dos dextros!
Exijo que nós, os canhotos, tenhamos direito a carros com o travão de mão à esquerda e os pedais invertidos (com perdão!), pondo assim termo à imposição, por parte da indústria automóvel, de um único modelo comportamental!
Exijo que as autarquias reconheçam o nosso inalienável direito a circular pela esquerda, criando um itinerário alternativo canhoto (IAC)!
Exijo que seja despenalizada, para os canhotos, a condução em contra-mão e que sejam imediatamente amnistiados todos os esquerdinos que, por este motivo, já foram hipocritamente condenados por tribunais dominados pelos dextros!
Exijo que o trecho bíblico que coloca à esquerda de Deus os condenados e à sua direita os bem-aventurados, seja alterado, de modo que se não possa associar aos esquerdinos nenhuma humilhante inferioridade de género.
Exijo que a expressão «cruzes, canhoto!» e outras análogas sejam criminalizadas, pelo seu evidente cunho canhotofóbico.
E, claro, exijo também o direito à adopção de crianças dextras por casais esquerdinos!
4. Graças ao carácter fracturante desta minha proposta, que suponho também assumida por todos os outros cidadãos da mesma condição, quero crer que será acolhida favoravelmente por todos os partidos políticos que têm pugnado pela igualdade de género. Afinal de contas nós, os canhotos, também somos de esquerda, não é?
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fantástico! Absolutamente fantástico. Um índice de verdades por palavra absolutamente fantástico. Parabéns à Voz da Verdade, por ser verdadeiramente Voz de tão indesmentíveis Verdades. Corre o risco de ser o prémio Biquatas para o Artigo do Ano. Parabéns P. Gonçalo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Antigos Hoquistas de Angola.

Foi dia 5 de Junho o encontro anual dos AHA. Antigos Hoquistas de Angola. Não foi possível estar presente (fisicamente).

Fica aqui a homenagem de um puto que foi feliz a ver os mestres dos patins na sua terra natal e que no ano passado teve um dia de sonho ao conhecer e (nem deu para acreditar) cumprimentar: Chalupa, Daniel, Sampaio, Magalhães… Esses mesmo vocês sabem de quem é que eu estou a falar como dizia o outro.
Tudo isso se deve a um amigo do peito chamado Mestre Francisco Nascimento que entre outros bravos da minha memória organizam esse fantástico encontro a que para o ano se Deus quiser contará com o mais deslumbrado dos convivas e que sou eu, por estar rodeado desses SENHORES do desporto do Hóquei e da minha infância.

Percebe e sente, quem com 5,6,7,8,9 anos teve o privilégio de os ver semanalmente nos templos do desporto como eram o campo do Benfica, do ASA, do Luanda (primeiro o Quintalinho, esse mágico recanto e depois mas por pouco tempo o Pavilhão da Cidadela) do Ferrovia…

Um obrigado a eles. Um abraço ao Francisco por tudo que tem dado a este saudoso Candengue.


Ainda falta dar um abraço ao Imenso Saraiva…

«Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)»

Bispos reflectem sobre a acção social da Igreja

Os bispos portugueses vão estar esta semana reunidos em Fátima nas Jornadas Pastorais da Conferência Episcopal Portuguesa. Num ano profundamente marcado pela crise económica e financeira, e na sequência do Simpósio «Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)» que a CEP realizou a 15 de Maio, os bispos portugueses querem aprofundar a reflexão e por isso, vão centrar-se no tema «Pastoral sócio-caritativa: Novos problemas, novos caminhos de acção».
Um comunicado enviado à Agência ECCLESISA dá conta que, para além dos bispos portugueses, estarão presentes dois delegados de cada diocese, "particularmente responsabilizados no campo da pastoral social".A jornada que começa na tarde desta Segunda-feira e termina no dia 18, Quinta-feira pelas 14 horas, vai contar com a ajuda de "alguns professores da Universidade Católica Portuguesa", do Secretário da Comissão de Assuntos Sociais da Conferência Episcopal Francesa, o Pe. Jacques Turck, entre outras individualidades. O mesmo comunicado aponta que as conclusões das Jornadas serão apresentadas à comunicação social na tarde de Quinta-feira, às 14 horas. O Pe. Manuel Morujão, porta-voz da CEP afiram ainda que "eventualmente serão abordados alguns pontos da breve Assembleia Plenária dos Bispos que terá lugar na manhã do dia 18".
Na conferência de imprensa estará presente D. Jorge Ortiga, Presidente da CEP, o Vice-presidente, D. António Marto, o Pe. Manuel Morujão, secretário da CEP e ainda D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.

in Agência Ecclesia

Pois… Aquele instrumento repressivo das liberdades individuais e retrógrado é a primeira e mais consistente mão que estende para ajudar… sem ser moda ou em momentos de inegável dificuldade como o actual…

Fica sempre bem gritar pelos direitos das classes exploradas e desprotegidas. Mas ainda fica melhor estar no terreno sem alarde, sofrendo as agruras com quem sofre, tirando de si para dar. Mas dar discretamente. Por isso é que só me falam das riquezas do Vaticano e do luxo dos paramentos e vestes papais. Os milhões de horas (vidas) e de euros, dólares ou qualquer unidade monetárias de ofertas…essas são invisíveis.
Sabemos que em Portugal é a Igreja é a primeira a registar e a avisar quando a pobreza ataca. Pois também é a primeira e muitas vezes a única a ajudar.

É a tão desrespeitada expressão CARIDADE. Agora usa-se muito a palavra solidariedade. É bonita asséptica, distante, agnóstica. E claro não compromete. Pode-se ser facilmente solidário com o povo da Somália, do Afeganistão ou outro país distante e inacessível. Dá para mandar umas roupas que já não fazem falta ou uns brinquedos que já não brincam, para umas crianças tristes e sujas. Dar banho e almoço, isso já é caridade.
Atravessar a cidade, a rua ou simplesmente o piso, para bater à porta do vizinho que está em dificuldades…isso é muito difícil. É necessário ser, sóbrio, arrojado, discreto. Ser verdadeiro. E isso custa. Além de que o que se dá, tem mesmo que ser dadiva. Fica difícil dar o resto do jantar, o cobertor velho, ou dar um sabonete. Porque primeiro terá de se dar amor e tempo. E isso é muito difícil.

Nós os que amamos Cristo. Com todas as dificuldades e limitações, ousamos tentar…
Tente você também.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

PORTUGAL, PÁTRIA COM RAÇA


Hoje é dia de Portugal. É como se fosse dia de anos de alguém que gosto muito.
É dia da Pátria, terra do pai.
É dia da raça, da raça Lusitana.
É dia da Nação neste, no anterior, e no anterior ao anterior regime. Significa que não é porque uns patetas quaisquer pegaram numas armas fizeram uma arruaça libertadora e a data tornou-se num dia carregado de simbolismo.

Não. É dia de Portugal a minha Pátria porque é o dia em que morreu o seu maior poeta e bravíssimo filho desta Nação.

Depois, porque há sempre quem tenha medo de disser as coisas por não ser capaz de ser, deixou de ser dia da raça, é que havia muitos (isto é uns quantos e por poucos que fossem eram e são de mais) que não tinham a raça.

Acrescentou-se as comunidades emigrantes portuguesas…pode ser. São muitas vezes pessoas que vivem a Pátria de uma forma muito típica (saudosa), com honra da sua cultura (étnica), isto é com raça…

Para mim era o dia, em que pequeno, pela mão daqueles que me transmitiram o sangue, a língua e o amor a uma ideia irresistível de nação que começou num pedaço de terra, era o dia, dizia, em que eu ia à Marginal, forma popular de designar Av. Paulo Dias Novais, ver as tropas de Portugal, desfilarem.
Vivi as cores, ouvi as fanfarras e os cânticos dos Flechas, senti nos meus pés o passo e a emoção daqueles valentes ou simplesmente obedientes homens de várias raças, passearem com garbo a sua Raça.


Por acaso do calendário, ano houve em que o dia Santo de Corpo de Deus coincidiu com o dia de Portugal. Com a inocência própria de quem é criança, ficou claro na minha cabecita, que dia de Portugal e Corpo de Deus era um só dia. E tinha razão de ser. Se somos (ou éramos?) uma nação Católica, éramos (somos?) corpo cuja cabeça é Cristo.

Biquatas da minha simplicidade de candengue.

Viva Portugal, Viva a nossa amada Pátria…

Porreiro pá! Ou Abstenção 1 Regime 0

Prefiro a primeira, pelo autor de tão bela e poética afirmação. Sem mais…